Povos originários

Empresa de cannabis medicinal desenvolve projeto em parceria com comunidades indígenas do Médio Xingu

Por redação Sechat com informações de Pangaia CBD

Um projeto pioneiro desenvolvido pela Pangaia CBD, organização norte-americana/brasileira especializada no desenvolvimento de medicamentos à base de cannabis, em parceria com a Comunidade Apirinã (que engloba duas famílias de etnias diferentes: os Xipaya e os Juruna), promete melhorar a vida da população do Médio Xingu, no Estado do Pará.

Comprometida com a sustentabilidade e responsabilidade social em todas as esferas, a empresa traz ao mercado dois novos medicamentos à base de cannabis, que misturam a maconha com arnica, andiroba e copaíba, plantas medicinais usadas pelos povos originários e pela medicina popular há centenas de anos. 

“Com essa iniciativa, nosso intuito é preservar a cultura, a saúde e a Amazônia,  garantindo sustentabilidade econômica ao gerar renda e fortalecendo atividades com base no conhecimento milenar já existente”, afirma Gonen Keren, CEO da Pangaia.

Keren destaca também que além da criação dos medicamentos, 10% de todo lucro conseguido com a venda dos produtos, será doado para ONGS, instituições ou projetos de reflorestamento e preservação da floresta amazônica

Tanto os Xipaya quanto os Juruna são vítimas do processo de deslocamento compulsório na região do Médio Xingu. Desde 1975, esses e outros povos sofreram e ainda sofrem com os danos irreparáveis causados pela construção da Hidrelétrica de Belo Monte.

Atualmente eles enfrentam muitas dificuldades, como a luta por autonomia financeira e por retomada de terras, o êxodo dos mais jovens para cidades em busca de fonte de renda, a preservação de florestas e igarapés e a falta de suporte para necessidades básicas, como saúde e educação. 

A empresa acredita que a parceria abre caminho para mudanças reais e necessárias na sociedade, principalmente atraindo consumidores engajados com causas ambientais e preocupados com o desenvolvimento econômico da região da Amazônia brasileira. 

Comunidade Apirinã (Imagem: reprodução)

“Estabelecemos relações importantes com as lideranças da comunidade para entender as necessidades e potência desses povos. Assim, conseguimos mapear soluções sociais, econômicas e sustentáveis para promover transformações na vida de todos”, afirma Manu Melo Franco, Diretora Socioambiental da Pangaia.

Mauro Juruna, liderança da Comunidade Apirinã, lembra que o reflorestamento e a preservação da floresta nativa, assim como seus rios e sua fauna, também estão na lista de prioridades da parceria. 

“A Amazônia compreende o maior e mais diverso bioma do planeta, com uma infinita biodiversidade de fauna e flora que são endêmicos na região. Não é à toa que é considerada o pulmão do mundo. Infelizmente, nos últimos anos, o desmatamento tem sido uma ameaça crescente à floresta e a nós, povos originários”, afirma. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre agosto de 2010 e julho de 2020, a área desmatada na Amazônia brasileira aumentou em mais de 60%. Entre janeiro e dezembro de 2022, foram desmatadas uma área equivalente a 3 mil campos de futebol por dia, segundo dados do Instituto Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

“Firmar parcerias como essa é muito importante para nós indígenas, estamos muito felizes e esperançosos com a construção conjunta de novos planos para nosso povo e para a floresta inteira. Queremos que essa responsabilidade ambiental seja compartilhada e que possamos unir forças para lutar contra tudo que tem sido feito para dizimar a Amazônia e seus povos, finaliza Mauro.

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