A Doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória séria do trato gastrointestinal. Ela afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. Habitualmente causa diarréia, cólica abdominal, às vezes febre, e sangramento retal. Também pode ocorrer perda de apetite, e de peso subsequente. Os sintomas podem variar de leve à grave,mas em geral, as pessoas com doença de Crohn podem ter vida ativa e produtiva.
A doença de Crohn é crônica. Segundo a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn, ainda não se sabe qual a sua causa. Os medicamentos disponíveis atualmente reduzem a inflamação e habitualmente controlam os sintomas, mas não curam a doença. Como a doença de Crohn se comporta como a colite ulcerativa (às vezes é difícil diferenciar uma da outra), as duas doenças são agrupadas na categoria de doenças inflamatórias intestinais (DII).
Diferentemente da doença de Crohn, em que todas as camadas estão envolvidas e na qual pode haver segmentos de intestino saudável, normal, entre os segmentos do intestino doente, a colite ulcerativa afeta apenas a camada mais superficial (mucosa) do cólon,e de modo contínuo. Dependendo da região afetada, a doença de Crohn era chamada de ileite, enterite regional ou colite, etc. Para reduzir a confusão, o termo doença de Crohn foi usado, para identificar a doença, qualquer que seja a região do corpo afetada (íleo, cólon, reto, ânus, estômago, duodeno, etc.). Ela é chamada doença de Crohn, porque Burril B. Crohn foi o primeiro nome de um artigo de três autores, publicado em 1932, que descreveu a doença.
Fonte: Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn
Cannabis no tratamento da doença de Crohn
Em um estudo observacional em 30 pacientes com doença de Crohn (CD), o grupo do professor Rafael Mechoulam descreveu que a cannabis medicinal foi associada à melhora da atividade da doença e redução no uso de outros medicamentos. Em um estudo mais recente controlado com placebo em 21 pacientes com doença de Crohn, que mostrou uma diminuição no índice de atividade da doença > 100 em 10 de 11 indivíduos sobre a cannabis em comparação com 4 de 10 com placebo. A remissão completa foi alcançada em 5 de 11 indivíduos no grupo de cannabis e um de 10 no grupo de placebo.
Canabinoides naturais e sintéticos atuam através de receptores específicos intestinais CB1, relacionado ás terminações nervosas do sistema nervoso simpático do intestino, e CB2, relacionado a células inflamatórias, para regular a permeabilidade epitelial, motilidade, secreção, bem como a migração de leucócitos, o recrutamento e a apoptose de células que podem prolongar o processo inflamatório.
Fonte: Ama+Me | Foto: Alemdii
Referências:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32149543/