A comissão especial da Câmara que analisa o Projeto de Lei 399/15, sobre a venda de medicamentos feitos com Cannabis sativa, aprovou nesta terça-feira (10) um requerimento para convidar o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e assessor do Gabinete de Segurança Institucional do Palácio do Planalto. O oficial, que sofre de uma doença neuromotora degenerativa, já defendeu publicamente o uso medicinal da maconha.
Villas Bôas corre o risco de ficar sem voz e tem testado tecnologias para substiuir a fala mecânica. Em entrevista ao SBT, o militar informou que lhe foi sugerido o uso canabidiol. Disse que não chegou a usar, mas usou a expressão “hipocrisia social” ao citar as dificuldades de quem busca acesso ao tratamento.
“Eu não entendo por que ao mesmo tempo que tem gente lutando aí, defendendo a legalização da maconha, está tão difícil se obter esses medicamentos para efeito medicinal. Eu acho, de certa forma, até uma hipocrisia social e vejo a luta de algumas pessoas que dependem disso para minimizar sintomas de efeitos de algumas doenças que têm dificuldade”, disse em entrevista ao SBT.
A próxima reunião da comissão especial da Câmara será apenas deliberativa. Por isso, o general deverá ser ouvido, caso aceite o convite, somente após a volta do recesso parlamentar, dia 11 de fevereiro de 2020.
O convite a Vilas Bôas foi requerido pelo presidente da comissão, o deputado Paulo Teixeira (PT/SP). Além do chefe do GSI, o requerimento aprovado pede uma audiência pública com a participação dos seguintes convidados: William Dib, presidente da Anvisa; a senadora Mara Gabrilli (PSDB/SP); Antonio Andrade, presidente da Fundação de Neurologia e Neurocirurgia e Instituto do Cérebro; Renata Monteiro, membro da comissão de plantas medicinais e fitoterápicos do CRF-SP.
Também foi aprovado o requerimento que convida o Dr. Leonardo Sobral Navarro, Advogado com atuação no Direito à Saúde e Membro Efetivo da Comissão Especial de Direito Médico e de Saúde – OAB/SP.